2 de janeiro de 2011

187 - Consumir apenas mel biológico

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Na verdade não gostamos muito de mel... por isso cá em casa um frasco dura imenso tempo. O bom é que não tem prazo de validade!

Para mim o mel é remédio. O meu calcanhar de aquiles é a garganta e, como tal, sumo de limão com mel, chá com mel, leite com mel, ... faziam parte do tratamento quando, em miúda, ficava doente... Mas- ironicamente - adorava, nas férias do Verão na aldeia, chupar os favos de mel, depois do apicultor retirar o mel das colmeias do meu tio. Ficávamos, os primos todos, à volta dele, pacientemente à espera que terminasse e nos desse, a cada um, um "bocado de cera" que nos proporcionava umas horas deliciosas, sentados ao sol a saborear um pedaço de céu...

Como o uso era pouco, nem me lembro de comprar mel: aparecia cá por casa! Mas agora até o tenho usado mais, principalmente nos produtos de beleza caseiros... E acabou, e precisei de mais e - claro... - lá vai a Ema procurar o mel mais sustentável. (Já não há compras "inocentes"...)

Bem, descobri que o mel pode não ser puro (podem misturá-lo com melaço de cana, água, ...) e até há "testes" caseiros para verificar o seu nível de pureza.
Há um mel (de melada) que é "obtido a partir de secreções ou exsudações de partes vivas ds plantas ou excreções de certos insectos sugadores de plantas como os afídeos". Espero nunca ter comido deste... E o mel de néctar, que pode ser monofloral (rosmaninho, urze, ...) ou multifloral.
Há, em Portugal, 9 tipos de méis com denominação de origem protegida (DOP): Alentejo, Barroso, Serra da Lousã, Serra de Monchique, Parque de Montesinho, Terra Quente, Ribatejo Norte, Terras Altas do Minho e Açores. Bom, não é? Comprar um mel com este selo já é bastante positivo, até porque estamos a apoiar a produção portuguesa:



Mas os apicultores usam, hoje em dia, químicos para combater as pragas e doenças que afectam as abelhas. Parece que o problema mais comum (e grave) é o ácaro verroa (também, com este nome...) que destrói colónias inteiras.
Tenha atenção se comprar mel directamente ao produtor e este usar os químicos convencionais, pode haver vestígios dos mesmos no mel. Em princípio não haverá no mel embalado, porque é sujeito a análises.

Na apicultura biológica usam-se outros tratamentos (timol) que são igualmente eficazes, mas, provavelmente, mais morosos... Claro que estes, juntamente com outros cuidados necessários e todo o processo de certificação, tornam o mel biológico mais caro (o que não é nenhuma surpresa). Mas penso que vale a pena, principalmente se pensarmos que os químicos convencionais parecem enfraquecer a imunidade das abelhas... e que estas têm um papel muito importante no equilíbrio ecológico (sabiam que uma abelha, em média, pode tocar, num dia, em 40 mil flores?!)... e que parecem estar a desaparecer...


Ainda não foi desta que comprei mel... (é um dos lados bons de partilhar as minhas pesquisas e preocupações), mas recebi um belo frasco de mel "tipo" biológico (porque não é certificado...).
Nas lojas e feiras de produtos biológicos há mel, português e biológico, à venda. Pelo menos aqui pelo Porto e Matosinhos há... E talvez também já haja nos supermercados.

E já agora, se concordarem, assinem esta petição para proibir um tipo de pesticida que parece contribuir para o desaparecimento das abelhas.
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11 comentários:

  1. Tenho a sorte de consumir mel biológico da
    região da Guarda. É oferecido por familiares
    do meu marido e é de produção própria.

    Também só uso para corar gripes e constipações.
    Eu pessoalmente não gosto é só mesmo nestes casos.

    Beijinhos da Formiguinha

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  2. Já assinei! é impressionante o papel que um animal tão pequenino tem no mundo...

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  3. Também tenho a sorte de conhecer uma sra que tem colmeias no Montejunto. Não sei se ela utiliza algum produto químico, mas hei-de questioná-la... Como tem colmeias em dois ou três pontos do país, penso que só lá vai para fazer a recolha do mel. Acho que não é certificado, mas por outro lado compro ao produtor evitando encarecimento do produto (este ganha algum lucro em vez das grandes superfícies), evita-se o combustível gasto no transporte do produto para grandes superfícies, etc. Ajudar no comércio local (e tradicional) também é ecológico, não é? Penso que é uma atitude sensata... digo eu de que...
    O mel é um excelente produto para curar, tratar e rejuvenescer a pele e a saúde (por dentro e por fora).
    Um abraço de abelha
    Thelma Lobo

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  4. Cá em casa só consumimos mel biológico Serras do Guadiana (passo a publicidade). Curiosamente para mim dantes o mel era todo igual e desde que consumo o biológico, se provo outro noto logo a diferença no sabor.
    Também já assinei a petição.

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  5. Gostei do blog. Parabéns. Hélder. www.ecoturismo.me

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  6. Boa tarde querida Ema.
    Não gosto muito de mel, pelo menos não faz parte da alimentação da minha familia, puro habito.

    O problema é que ao acabar as floradas, o produtor de mel mata as abelhas e reconstroi novamente seu apiário quando aparecer novas floradas.
    Esse que é o abuso, pelo menos aqui no Brasil. Elas são tratadas como produto e eu ficou FERA com isso.
    O costume que temos de usar inseticidas em tudo para matar moscas, mosquitos, etc, matam também abelhas, joaninhas, borboletas, etc.

    Abraços,

    Elaine

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  7. Excelente dica.Para mim, sempre que possível, é tudo biológico! Obrigado pela partilha.
    Boa semana!

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  8. Excelente dica. Para mim, sempre que possível, é tudo biológico! Obrigado pela partilha.
    Boa semana!

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  9. o parasita chama-se varroa

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  10. o melhor seria não consumir mel de todo e terminar com a exploração das abelhas

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    Respostas
    1. Esta é apenas uma história de como a apicultura biológica contribui para aumentar a população de abelhas:
      http://gentequecooperacresce.com.br/site/post.php?t=uma-historia-de-amor-por-abelhas-e-bicicletas&id=682

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