19 de fevereiro de 2010

111 - Utilizar sacos de lixo biodegradáveis


Apesar de já há bastante tempo não trazermos sacos de plástico quando vamos às compras, eles acabam por aparecer cá por casa.

Normalmente são usados para o lixo, pois pareceu-nos a melhor opção (ao menos eram reutilizados...). Seguindo uma sugestão da Cláudia Madeira, resolvi "investigar" este assunto.


Os sacos que encontrei cá por casa (um do Jumbo, outro do Modelo) têm impresso: "este saco é reciclável e 100% degradável, quando se apresenta quebradiço, está já em fase de degradação, devendo colocá-lo no seu recipiente de lixo doméstico", e tem também uma gota com a sigla d2w.

Até parece uma coisa boa, não?

Mas degradável não é biodegradável... e degradável, segundo percebi, não é suficiente porque continua a prejudicar o meio ambiente: estes plásticos, por "acção mecânica ou física", vão desfazendo-se em pedaços cada vez mais pequenos (mas em maior quantidade). Estes minúsculos pedaços podem ser ingeridos por seres menores (como o fitoplâncton, nos oceanos), acabando por os matar, além de que continuam a dispersar fortes poluentes químicos. Há quem diga mesmo que é melhor os plásticos não serem "biodegradáveis" do que serem só parcialmente "biodegradáveis".

Portanto, seguindo este raciocínio, nem estes sacos de plástico (das compras), nem, por exemplo, os sacos de lixo da marca Continente são ambientalmente "bons".

Para ser biodegradável os sacos têm que ser de bioplástico: feitos a partir de matérias naturais (normalmente milho, mas também cana de açúcar, celulose, ...).

A Vileda também anuncia sacos ecológicos mas descobri, como outros antes de mim, ao ler a embalagem, que são "só" degradáveis (apesar de serem feitos a partir de materiais usados, o que até é bom, porque implica menos gastos energéticos no seu fabrico) e eu agora quero dos biodegradáveis!

O que cabe na palavra Ecológico...

E finlmente, também no Continente, encontrei os sacos de lixo Bionatura, da Silvex, que são realmente biodegradáveis, feitos com bioplástico certificado da Mater-Bi, a partir de amido e plastificantes naturais. Para já só têm sacos de 12l (3,49€ a embalagem com 15 sacos), mas para nós servem muito bem.


Mas, e agora, o que faço aos sacos de plástico que me vêm parar às mãos (umas botas, um saco)???

21 comentários:

  1. Cara Ema,
    descobri por acaso o seu blogue e gostei imenso.
    Parabéns!
    Este ano a minha empresa a Inspire, criou uma agenda que tem ao que me parece o mesmo objectivo que o seu blogue, sensibilizar as pessoas para o muito que podem fazer.
    O blogue da agenda é http://agendasustentabilidade2010.blogspot.com/
    venha visitar. de qualquer modo teremos também muito gosto em enviar-lhe um exemplar.
    mais uma vez gostei muito.

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  2. Boa tarde, li o artigo e achei interessante porque faz referencia a varias tecnologias utilizadas no fabrico dos sacos de plástico. Gostaria de trazer algumas informações e esclarecimentos aos comentários feitos. As poliolefinas utilizadas para fabricar matéria plástica são feitas a partir de um resíduo de petróleo chamado nafta, este resíduo de refinação corresponde a 5% de um barril de petróleo, é importante focar que ninguém compra um barril de petróleo para fazer plástico em geral e sacos de plástico em particular. Há varias opções na utilização deste resíduo, ele pode ser queimado com aproveitamento energético o podem ser feitos subprodutos como detergente, produtos farmacêuticos, e plástico. Este plástico tem múltiplas aplicações uma delas é o fabrico de sacos e filmes para embalagens. O plástico é um material quase perfeito, tem óptimas propriedades técnicas e mecânicas que permitem múltiplas aplicações. O problema é que estas propriedades muito úteis durante a fase de uso tornam-se problemáticas quando o plástico é descartado de forma selvagem, o plástico leva anos a desaparecer se abandonado na natureza. A industria não teria que inventar tecnologias se todo plástico produzido fosse recolhido para ser reciclado, ou incinerado. No mercado em relação ao sacos podemos encontrar dois tipos de materiais: 1: os sacos plástico de origem fóssil, 2: os sacos fabricados com bioplástico. O que é o bioplástico? O bioplástico é um plástico que tem na sua composição matéria orgânica, e fabricados a partir de fécula de batata, amido de milho, etanol da cana de açúcar, entre outros.
    Há uma grande confusão entre as varias denominações, degradável, biodegradável, e compostável.
    A degradação de um material plástico, é um fenómeno que induz uma alteração química por oxidação das cadeias moleculares constituintes da matéria, o plástico perde as suas propriedades e transforma-se no subproduto de baixo peso molecular que pode ser biodegradado por micro organismos e fungos.
    A biodegradação é o resultado da acção dos microrganismos em transformar a matéria em agua dióxido de carbono e biomassa celular.
    Compostável é todo o material que em certas condições vai-se biodegradar numa estação de compostagem.
    É de notar que nem todos os bioplásticos são compostáveis, nem todos são biodegradáveis fora de uma estação de compostagem. Também é importante informar que em geral os bioplásticos de milho ou batata contêm até de 50% de poliéster de origem fóssil para lhe permitir ter propriedades mecânicas quase idênticas a de um plástico tradicional. Duas das grandes desvantagem destes materiais é que quando postos num aterro sanitário entram em putrefacção e há emissões de metano, gás de efeito de estufa 23 vezes pior que o dióxido de carbono, e a não reciclabilidade do material, não pode ser reciclado com o plástico tradicional.
    O d2w – Tecnologia do plástico com vida útil controlada, é uma tecnologia que é adiciona ao plástico tradicional que traz uma nova função, a de possibilitar ao plástico ser biodegradável, continuando o plástico a ser reciclável. A partículas reutantes da degradação são totalmente inoculas, não tóxicas.
    A Sonae tem investido estes útlimos três anos nesta tecnologia, outras grandes marcas como: Pull & Bear, Zara, Berska, Massimo Dutti, AKI, IZI, Decathlon, Fnac, Jornal Sol, Quiksilver, Cocacola, Carrefour e tantos outros também utilizam o d2w.

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  3. Hummm... este é um assunto que também me interessa e foi com muito agrado que li este post. A partir de agora estou mais informada, pois pensava que ser degradável era bom. Agora vejo que não basta ser degradável!!!

    Bem, quanto aos sacos que nos aparecem sem pedirmos... talvez andar sempre com um reutilizável na carteira, eles são bem grandes e dão não só para as compras do supermercado como para transportar uma caixa de botas novas compradas na sapataria! :)

    Cumprimentos ecológicos***

    Catarina

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  4. Obrigado Ana Roque! Já visitei o vosso site, parabéns, também, pela iniciativa, vou continuar a acompanhar!

    Catarina, eu ando com mais do que um saco reutilizável na carteira, mais uns no carro... mesmo assim ainda não me consegui livrar de vez dos outros!

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  5. Obrigada Thibaut, pela explicação.
    Só para confirmar que percebi bem:
    Sâo menos prejudiciais os sacos 100% degradáveis do que os 100% biodegradáveis???
    Porque nas minhas pesquisas percebi o contrário.
    Fiz mal em comprar os da Silvex?...
    Obrigada!

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  6. Olá,achei super bacana seu blog!!Como conscientizar é tudo nada melhor do que a informação, inclusive eu como você tenho um blogger onde abordo estes aspectos ambientais "http://aartedemodificar.blogspot.com", caso puder verificar será um prazer trocar informações.

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  7. Olá e parabéns pelo blog!
    Eu queria dizer que comprei esses sacos bio na minha boa fé, e quando os fui usar... Rasga-se um, rasga-se outro, até que desisti. Parecem papel! Fui especificamente à procura deles e agora rasgam-se nas minhas mãos. Imagino cheios de lixo lá dentro. Alguma outra ideia?

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  8. Olá "anónimo"!

    Serão os mesmo sacos? Com os meus não aconteceu isso!
    De qualquer maneira, se ler o comentário do Thibaut Demoustier, um pouco mais acima, ficará um pouco mais esclarecido em relação a este assunto (eu fiquei...).
    Neste momento estou a pensar não usar nenhum saco: ter um caixote com um balde interior amovível e despejar o lixo directamente no contentor. Afinal entra directamente para o carro do lixo, onde os sacos acabam por rebentar e o lixo fica todo misturado!
    Como faço compostagem e reciclagem, não tenho muito lixo, lixo.
    Espero ter ajudado.

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  9. Bom dia,

    Agradeço desde já o contributo que deu aos novos produtos biodegradáveis. Podemos assegurar-lhe que dentro em breve terá ainda mais produtos biodegradáveis com a qualidade que a marca silvex pode oferecer ao seu púlico.

    A discussaão entre os "oxo degradáveis" e biodegardável, não está perto de estar resolvida, assim conto mais uma vez com o seu poder de palavra para continuar a debater o assunto, assim como nós o fazemos diariamante ao inovar e descobrir formas de sermos todos mais amigos do ambiente!

    Agradecimentos

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  10. Espero poder ajudar com esta breve explicação!
    O termo “ degradável”, “ biodegradável”, “ oxo-degradável” e “ oxo-biodegradável” são frequentemente utilizados na descrição dos plásticos tradicionais.
    O termo oxo-biodegradável explica que os produtos podem sofrer uma rápida biodegradação feita de diferentes formas, originando diferentes fins. Contudo, os resultados dessa oxidação não se caracterizam por uma total biodegradação, mas sim pela fragmentação em pequenas partículas que podem permanecer no
    solo por tempo indeterminado, sendo assim inexplicável a sua eliminação.
    De forma a testar a compostabilidade dos produtos existem as normas; EN 13432, ASTM D6400, ASTM D6868 e ISSO 17088. De acordo com estas normas, deve ser comprovada a completa biodegradação
    em menos de 6 meses. Este período de tempo será definitivo para demonstrar a veracidade da biodegradabilidade dos produtos.
    No entanto, os aditivos oxi-degradáveis demonstram apenas acelerar a fase de degradação/ fragmentação, podendo confirmar-se que o tamanho de fragmento atingindo durante a fase de degradação não permite o início
    da biodegradação. Deste modo, nenhum plástico com oxi-biodegradáveis atende às normas internacionais de biodegradação/compostagem.

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  11. Olá a todos!

    Creio que já todos percebemos que o plástico, nas suas mais variadas utilizações (industriais, médicas, etc...) e com uma versatilidade quase inesgotável é um dos maiores inventos do Homem. Basta olhar á nossa volta e ver as milhões de aplicações que nos facilitam a vida quotidiana. O problema é o que pagamos para a sua correcta reciclagem e reaproveitamento (nomeadamente todos pagamos como consumidores um valor que se destina à sociedade ponto verde)e que acaba por nao ser feito (também muito devido à nossa pouca educação cívica).
    A questão que passou ao lado de um comentário anterior (e supostamente muito completo) é que os bioplásticos ou biodegradáveis não se destinam a ir para aterros ou ser incinerados. Não faz qualquer sentido pagar para "queimar plástico" com todo o custo económico e ambiental desta despropositada operação. O destino final do bioplástico é a propria compostagem e assim o reaproveitamento e requalificação do produto, que passa de lixo a parte de um composto orgânico. Só assim valorizamos o lixo. Daí que as próprias linhas orientadoras da UE tenham metas em termos de compostagem.

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  12. Creio ser muito dificil os sacos bionatura rasgarem uma vez que não têm soldas laterais. Parece-me mais uma questão de má fé. Nem todos ficamos satisfeitos quando os bioplásticos se apresentam cada vez mais como alternativa credível, principalmente para efectuar compostagem, quer caseira, quer como já li neste blog, na própria Lipor. A bem do ambiente. Ema, obrigado pelos bons conselhos do blog.

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  13. Obrigada "Utrequianos" e Pedro, pelas vossas explicações.
    Penso então que a minha resolução de não usar nenhum saco para o lixo que vai para incinerar/"aterrar" é a melhor, não (escrevi-a num comentário acima dos vossos)?
    E a não ser, na verdade os sacos que usar nem precisam de ser biodegradáveis, não é?
    Porque vai ser queimado ou condicionado num aterro (já reciclo tudo o que posso e reutilizo o lixo orgânico na vermicompostagem), certo?

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  14. Olá! Descobri há pouco tempo que é possível reutilizar os sacos de plástico para decorar t-shirts e para fazer sacos reutilizáveis. Vai aqui o link : http://www.filthwizardry.com/2010/03/iron-on-decals-from-plastic-shopping.html . Ainda não experimentei, mas a ideia é bastante engraçada.

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  15. Que óptima ideia, Sabi, obrigada por partilhares.
    E o site está cheio de outras ideias deliciosas!
    Já partilhei na página do facebook e toda a gente adorou!

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  16. quanto custam os sacos de plástico com o material d2w?

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  17. o d2w representa o material degradável (e não biodegradável), como explico no post. Regra geral os sacos gratuitos dos hipermercados são feitos nesse material...

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  18. Olá! Descobri há dias este blog e como me identifico tanto com ele, até no desabafo de se vale a pena! Quando vou às compras de roupa, sapatos , livros , decoração, levo sempre um saco e rejeito o que me dão na loja em 90% dos casos.
    Só aceito os sacos quando são imprescindíveis.

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  19. Ola!
    Estamos à procura de sacos biodegradáveis para uma cozinha ecologica no festival de sines de este ano, será que podem nos enviar informaçoes?
    A continente parece que já não vende os tais sacos silex bio e a vegware é muuuuito cara.
    Obrigada!!
    Joana Pela Recozinha do mundo

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    1. Lamento não poder ajudar, Manu. Quase não uso sacos agora.

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