Ao procurar mais uma planta para a nossa sala, lembrei-me que seria melhor, claro, escolher uma espécie que não necessite de muita rega.
O livro "O jardim em casa", a que fiz referência no post ter plantas dentro de casa, tem um guia óptimo de plantas de interior, com descrição e indicação dos cuidados que necessitam: temperatura, luz, humidade, rega e manutenção (se dão muito trabalho ou não...). Em relação à rega, as plantas podem ser de rega escassa, moderada ou abundante. Resolvi restringir-me às de regra escassa (para minha surpresa quase todos os cactos tem a referência de regra moderada):
- arália-elegantíssima, dizyghotheca elegantissima;
- beaucarnea, beaucarnea recurvata (é uma palmeira?! Não, é um arbusto mexicano...);
- pena-rosada, tillandsia cyanea;
- criptanto, cryptanthus bivittatus;
- sardinheira, pelargonium domesticum híbrido (?);
- peperomia, peperomia caperata;
- echevéria, echeveria derenbergii (um cacto!);
- echevéria agavoides, echeveria agavoides (cacto, da mesma família);
- corações desfeitos, ceropegia woodii.
Estas são as que aparecem neste livro, claro. São, quase todas elas, plantas que necessitam de um ambiente quente e ensolarado, como a nossa sala. O que não é de estranhar pois são todas originárias do hemisfério sul... Até as sardinheiras, assim como outras plantas, que associamos aos países mediterrâneos.
Eu queria mesmo era ter, dentro de casa, plantas que necessitem de pouca rega, sim, mas que sejam nativas/autóctones, pois isso significa que:
- resistem a determinadas condições climáticas e a um dado solo (o que por outro lado requer alguns cuidados na escolha da terra: também deve ser da região);
- desenvolveram defesas naturais a pragas, doenças e às características de uma região, por isso, são plantas muito resistentes, vigorosas e adaptadas ao meio onde se encontram;
- são de baixa manutenção;
- não requerem rega intensiva;
- são de fácil desenvolvimento e implementação;
- são pouco exigentes em factores de produção (químicos, fertilizantes, água);
- desenvolvem-se com facilidade e rapidez.
Num jardim, esta tarefa está facilitada: é um espaço exterior... Um jardim com plantas autóctones necessita de pouca manutenção e não requer cuidados especiais, como é muito comum nos jardins onde predominam as espécies exóticas ou nos relvados que muitos portugueses insistem em ter... Esta abordagem do paisagismo tem o delicioso nome de xerescape ou xeriscape.
Mas como faço dentro de casa? Se virem a lista das plantas portuguesas, não parecem prontas para se darem dentro de casa, pois não?...
E sobre este assunto não encontrei informação. Encontrei listas (aqui, um óptimo herbário digital de Portugal) de plantas (liliáceas, crisântemos, margaridas, ...) que nos habituámos a ver em jarras (as suas flores) dentro de casa, mas desenvolvem-se e vivem numa divisão?? Aceita-se ajuda...
Por agora, e à falta de mais informação, vou procurar as sardinheiras (pelargonium domesticum) que se dão dentro de casa. Apesar de não serem autóctones, já andam por cá há muito tempo...
E vou ter cuidado em não contribuir para a disseminação das plantas invasoras. Sabiam que as azedas estão neste grupo?
E vou começar a encher a nossa (pequena) varanda com plantas autóctones. Algumas já são raras no estado selvagem (há sete vezes mais plantas ameaçadas do que animais). O cantinho das aromáticas (a maior quinta urbana na Europa), em Gaia, vende-as.
E vou... (terei espaço para "entrar" na varanda?!...)
Força nisso, Ema! Por cá, está tudo a brotar na minha varanda, até girassóis!
ResponderEliminarE pensar que eu morava perto da quinta do paço... Se agora lá morasse, é que era!
Bjs e boa semana!
Madalena
Olá Madalena!
ResponderEliminarPor cá também! Falarei sobre as minhas sementeiras noutro post...
Beijos e boa semana para ti também!