9 de abril de 2011

190 - Não ter um "porquinho mealheiro"...


... e não, não tenho nada contra os mealheiros, sejam de partir (embora na verdade estes não sejam muito amigos do ambiente) ou de abrir. Nem foi desta que me deu o badagaio e ando a defender os direitos dos porquinhos (mealheiros...).

O que está aqui em questão não é o receptáculo, seja de que forma for, mas o que guardamos lá dentro.

Quase todos nós tivémos, em pequenos, um mealheiro. O tal porquinho, o do Montepio, de barro, com aloquete ... Era uma boa aprendizagem, não era?

Cá em casa ainda temos este hábito. E não temos crianças... Pois é. A ideia foi "roubada" ao nosso amigo Pedro que, há uns anos, nos contou que ao fim de cada dia guardava todas as moedas que tivesse na carteira numa garrafa de 1,5l (excepto as de 2 euros porque, se não me engano, não cabiam no gargalo). Quando a garrafa ficava cheia rasgava-a e tinha um "pequeno subsídio" de férias. E recomeçava.

Achámos piada à ideia e resolvemos fazer o mesmo. Mas num mealheiro reutilizável. E também deixamos de fora as moedas de 1 euro (somos mais "modestos"...). Tem sido um processo engraçado. Até agora.


Imaginem que cada um de nós - ou cada família - resolve fazer o mesmo: guardar moedas (muitas) em casa durante meses, anos. O que acontece? É necessário cunhar mais moedas para continuar a haver circulação das mesmas. O que implica a extracção de mais matéria prima - a indústria de extracção de minérios é responsável pela poluição de terras e águas, destruição de paisagens, erosão, perda de biodiversidade. E ainda, como explicam neste artigo esclarecedor, na extracção de uma tonelada de níquel ou cobre, são produzidas 400 a 600 toneladas de resíduos. Assustador. Vem depois a sua transformação, que significa não só gastos enormes de energia, mas também a libertação de toxinas para o meio ambiente.

De repente o nosso "jogo" deixou de me parecer engraçado.

Não encontrei nenhuma informação sobre a reciclagem de metais para a cunhagem de moedas, por isso presumo que tal não exista. Enquanto continuarmos a precisar delas, o melhor é não as deixar parar em casa...

E quanto ao porquinho mealheiro? Se calhar temos que pensar em novas formas de transmitir determinados valores. Ou pensar em novos valores a serem transmitidos?...

E, definitivamente, há coisas que eu preferia não descobrir nas minhas pesquisas: mealheiros com porquinhos a sério?!

16 comentários:

  1. Mas as moedas só serão guardadas até uma certa altura.... depois entram de novo em circulação. Como nem todas as "famílias" guardam as moedas até uma data precisa, cada uma escolhe aleatoriamente o dia em que decide gastá-las, há sempre moedas a circular. Este não me parece ser um problema muito grave. Além disso, com o euro, já não guardamos as moedas que sobravam de cada visita ao estrangeiro. Elas serão sempre úteis em muitos dos países da UE.

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  2. Há sempre um modo de dar a volta à situação...
    Também aderi à algum tempo a esse hábito, embora não use o tradicional porquinho, mas uma vaquinha mealheiro simpática, que uma amiga me ofereceu. O mealheiro é razoavelmente pequeno, logo o nº de moedas acumuladas não é muito grande, mas porque de vez em quando são necessário trocos, já troquei algumas moedas por uma nota, que ocupa menos espaço. Espero que quando chegarem as férias a "surpresa" seja suficiente para uma pequena, mas merecida, extravagância...

    Já agora aproveito para felicitar pela utilidade e pertinência do blog, que considero excelente.

    Cristina Nobre

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  3. Bem-vinda de volta!!! :-)

    Deixaste-me a pensar nisso, especialmente na dos leitões... :-(
    Espero que seja mentira, mas não me espanto se não for... :-S

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  4. Ao ponto que isto chega! Porcos reais como mealheiros?
    Donde terá vindo esta história de os porcos serem o símbolo de poupança?
    Ora deixa cá ver:
    "a primeira de Sebastian La Pestre, engenheiro do séc. XVII, que calculou que em dez anos uma porca produzia cerca de seis milhões de filhos e concluiu que seria a imagem adequada à economia; a segunda surge de um mal entendido, em Inglaterra no séc. XVIII, onde era hábito as pessoas guardarem as moedas em potes com uma argila chamada pygg. Um oleiro terá recebido uma encomenda de algumas peças neste material e terá entendido Pig. E assim terá nascido os famosos porquinhos mealheiros."
    Será?

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  5. Realmente tens razão!!!:)

    Quem faz isso em casa é o meu filho mas depois de ter algum dinheirito eu deposito no banco.

    Quanto ao leitão-mealheiro nem comento de tão chocada que fiquei.

    Beijinhos da Formiguinha

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  6. Não sei se já alguma vez comentei aqui... já sigo este blog há algum tempo... mas confesso que ainda não adoptei nenhuma medida retirada daqui. Hoje estou doente em casa e ao ver um dos meus programas favoritos: Biosfera, lembrei-me de vir aqui e começar a pôr em prática as ideias que aqui publicas.

    Nunca tinha pensado neste ponto de vista... eu não tenho só um mealheiro, tenho dois. :x Que por acaso são em forma de porquinhos pintados por mim, adoro-os. =X O que foi sugerido aqui em casa, depois de ler o teu post, foi começar a trocar as moedas por notas e guardar as notas... já é mais ecológico, sendo que se trata de papel e a quantidade não é tão grande. Para já, vou fazer isso... :) Outra alternativa, que tb sigo... é ter uma conta poupança e pôr todos os meses lá um dinheirito.

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  7. Eu guardo notas mais facilmente porque quanto maior o valor, mais difícil é eu ir gastá-lo... Então quando juntava moedas ia-as trocando por notas consoante atingissem o valor certo. Assim vai sempre circulando, acho eu :)

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  8. Nunca tal me tinha ocorrido, a questão de ter que se cunhar mais moeda, e a relação com ter que extrair mais minério. Muito bem pensado :)

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  9. Nunca pensado nesta questão da cunhagem da moeda. Eu trabalho em pasta de papel. Reúno papel usado meu ou adquirido a outras pessoas ou empresas e fabrico a minha pasta de papel. Não desperdiço água no seu fabrico, uso apenas a necessária para adquirir uma massa fácil de moldar e modelar. Depois disto crio as minhas peças. E uma das minhas peças são mealheiros de várias formas (não tenho porquinhos) tenho gatos, mochos, bonecas... Mas a minha ideia em relação aos mealheiros surgiu porque desde pequena me habituei a juntar dinheiro sempre que queria adquirir determinado objecto ou assistir a um espectáculo. Ou seja, não é para juntar durante meses ou anos. É geralmente num curto espaço de tempo, o suficiente para ter o valor necessário. E foi com este espírito que criei os meus mealheiros, que são também (acho eu) bonitos o suficiente para decorarem o espaço. De qualquer forma a questão da cunhagem aqui levantada preocupa-me e acho que vou por esse alerta no blogue onde divulgo o meu trabalho. Obrigada.

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  10. Nunca tinha pensado nesta hipótese!
    Eu tenho mais notas que moedas no meu mealheiro, mas vou pensar no assunto...
    Parabéns pelo post! :)

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    1. Obrigada!
      Há coisas que também me surpreendem, quando as descubro...

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  11. Aqui guardamos as moedas em uma lata, que era de milho verde, e uma vez por mês, ao menos, retiramos e trocamos em algum lugar que necessite de dinheiro miúdo, como a padaria, os vendedores de tíquetes de estacionamento, etc. Geralmente, isso é feito no início de cada mês. Achamos que as moedas devem circular, porém se as deixarmos nas bolsas, acabamos perdendo-as. Dessa forma, julgamos mais correto, ao menos para nossa família. Um abraço do Brasil

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  12. nós usamos uma garrafa de vodka (porque é mais bonita) e só colocamos lá as moedas de 1 e 2 centimos que aqui ninguem quer (e que eu ja cheguei a ver botar para o chao na paragem de autocarro)... sao moedas que nao fazem falta diariamente mas que vez ou outra quando a garrafa começa a acusar o peso vamos ao banco trocar, e tambem por vezes da jeito quando vamos ao mercado que os preços sao sempre impares e estranhos e la levamos as pequenas todas de passeio ;)

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