23 de março de 2010

143 - Engraxar os sapatos com óleo de côco


Eu sei que os sapatos que são engraxados são, normalmente, de pele e/ou couro natural, de origem animal... Mas tendo em conta que já estão cá em casa, em bom estado, não me parece sustentável deitá-los fora e comprar outros mais "amigos dos animais"... Até porque como são os "de ver a Deus" devem durar bastante tempo... (mas hei-de voltar ao assunto do calçado ecológico).

Descobri que as embalagens de graxa para sapatos não tem informação detalhada sobre os ingredientes. Pelo menos as que andam cá por casa (algumas já com anos, espremidas, "herdadas" da antiga inquilina...). Seja em pomada, em bisnaga, em esponja... népias, nenhuma "ficha técnica". Numa embalagem, da marca espanhola Palc, está escrito que o creme é à base de óleo de jojoba e de anolina, o que é bom, mas não diz o resto dos ingredientes. Numa bisnaga da Splendor, que é feita à base de ceras naturais e tem um impermeabilizante. Muito esclarecedor. Numa lata de creme, também da Splendor, por baixo do quadradinho laranja com uma árvore seca e um peixe morto diz "perigoso para o ambiente"...

Não é muito animador.

Neste sítio encontrei receitas de pomadas e pastas para sapatos e todas elas têm, pelo menos, um ingrediente nada "verde": parafina, essência de mirbana (ou nitrobenzeno), gasolina, corantes, ...; mesmo que também tenham outros naturais, como a carnaúba.

"O Lar Ecológico", o meu livrinho cheio de dicas fantásticas (de que já falei noutros posts) tem vários conselhos para aumentar a vida dos sapatos (por exemplo, se tem sapatos de verniz, esfregar meia cebola ou um pano embebido em leite e depois puxar o lustro com um pano suave, faz com que recuperem o brilho original), incluindo usar óleo de ricínio (dizem que sabe pessimamente... mas que é óptimo para limpar os intestinos, e, pelos vistos, também é bom para atenuar rugas...) para nutrir o couro (e se os sapatos tiverem "rachadelas", aquecer primeiro os sapatos e depois passar o óleo).

Como não tenho óleo de ricínio, resolvi experimentar outra dica, engraxar com óleo de côco, que me foi trazido por uma amiga (supostamente para cozinhar, mas nem experimentei, pois deve ser o único fruto de que não gosto). Perfeito. Como o óleo - pelo menos à nossa temperatura ambiente - é sólido, é fácil de aplicar com um pano. Para quem gosta, o cheiro a côco é um extra agradável. Mas o óleo de côco vem do Brasil...


Como não temos comprado bananas, não experimentei ainda a técnica da casca da banana, mas a Helena Ferreira, que me enviou esta informação, experimentou e diz que funciona muito bem. Parece-me ainda mais ecológica (e, pelo menos quando acabar o óleo de côco que me ofereceram, vai ser a próxima aposta...)! Não sei é se corresponde às expectativas dos fanáticos do ritual de "engraxar"...

1 comentário:

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