Como, quase desde o início do desafio, desligámos a arca congeladora do apartamento, temo-nos contentado - e bem - com o congelador do frigorífico. Tal como disse na altura não costumamos comprar congelados mas vamos sempre guardando uma sopa aqui, um estufado ali, ..., para quando não temos tempo, ou vontade, para cozinhar.
Devido à abundância de legumes e à falta de espaço no congelador, resolvi recuperar técnicas antigas de conservação de alimentos sem utilizar o frio...
Como a minha mãe sempre adorou fazer compotas, habituei-me a ver (e a ajudar...), todos os Outonos, o paciente ritual de tranformação de marmelos, maçãs, pêras, pêssegos, abóboras, em geleias brilhantes, caldas doces, marmeladas suculentas. O cheiro deste período do ano é um dos meus aromas de afecto. Mas... tirando a marmelada (comida com queijo), na verdade não sou grande fã de compotas e, por incrível que pareça, a minha mãe também não. Daí o ter começado a oferecer compotas e geleias, com tanto sucesso, que hoje tem marca própria - 100 sabores - comercializada nalguns pontos do norte do país. Quem prova não quer outra coisa...
Bom, com a fruta não tenho que me preocupar, mas tomates, beringelas, pimentos, courgette... foi uma fartura este ano, e todas as semanas trago cestos a abarrotar de vegetais (a minha mãe - e os vizinhos que nos vêm chegar - deve pensar que temos, escondidos algures nos nossos 75m2, uma família de refugiados famintos...).
Como não damos conta de tanto legume, e depois de algumas épocas de estágio na cozinha da minha mãe, dediquei-me, este Verão e Outono, nalguns fins-de-semana, a preparar conservas para o Inverno (qual formiguinha).
Aproveitando o calor do Verão comecei por secar tomates ao sol, cortados ao meio e estendidos num tabuleiro - coberto com rede mosquiteira - em cima do estendal na nossa (sobrelotada...) varanda. Com o calor que esteve, em três dias secaram. Guardei-os num frasco ("encolhem" bastante) com alhos esmagados, sal, oregãos, uma pitada de açúcar e cobertos de azeite. A ideia era ficarem para "mais tarde", mas passados uns dias resolvemos experimentá-los, num jantar com amigos, e.. foram todos. Nem um para a fotografia!
Pela mesma altura resolvi experimentar secar, também ao sol, beringelas. Gosto de pensar que inventei esta hipótese porque até agora não a vi em mais lado nenhum, mas provavelmente já alguém, algures, teve a mesma ideia. Simplesmente cortei a beringela à rodelas, polvilhei-a com um pouco de sal e coloquei-a ao sol. Depois guardei-a em frascos, tal como fiz com o tomate (sem o açúcar, e juntando um pouco de pimenta-caiena). Fica óptima, mas tem que realmente se gostar de beringela. Digam lá se não parecem trufas?
Só depois li que o sol destrói algumas vitaminas e que se deve fazer a secagem à sombra (fica para o ano).
Também há receitas para secar tomates no forno, mas tendo em conta que lá ficam horas e horas e horas, este não é um processo muito ecológico...
Aliás tirando a secagem ao ar, qualquer outro método de conservação de alimentos implica sempre um gasto energético. Uma arca congeladora gasta energia. O fogão onde fazemos as conservas também. Um desidratador, bastante usado no crudivorismo, também (a não ser que façamos um desidratador solar!). É uma questão de optar (e cada caso é um caso) pelo mais "contido", energeticamente falando.
No nosso caso (somos dois), pareceu-me melhor gastar mais alguma electricidade em 2 ou 3 dias, do que durante 365 dias no ano.
E o que conservei eu? Há um livro fantástico, que pedi emprestado à minha mãe: Conservas, de Oded Schwartz (como gostava de ver a despensa deste senhor...); lindo e apetitoso, que só nos dá vontade de começar a fazer conservas a torto e a direito. Claro que a internet também é um mundo, mas desta vez fiquei-me pelo método mais tradicional... e também inventei um bocadinho...
Tendo em conta que era a minha primeira vez, fiquei-me pelas mais simples.
- Tomate: molho de tomate (mais e menos triturado), tomate assado (e não seco) em azeite (os tomates em vinagre - à direita - são da autoria da minha mãe):
- Beringela descascada em azeite, beringela aos cubos em azeite:
- E pimentos (super) picantes em azeite (e ainda vou fazer pasta de pimento):
Para o ano também hei-de conservar courgette e outras abóboras. E talvez experimentar os Chutney e conservas em vinagre que a minha mãe faz...
Ah! E não se esqueçam de esterilizar os frascos (reutilizados) antes, e pasteurizar depois (as conservas em azeite não necessitam).
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Tendo em conta o seu entusiasmo por conservas e sendo do Porto. Pode colher cogumelos selvagens que também dá para fazer conservas e são á borla. Eu apanho na região de Amorosa, no pinhal junto ao mar (amorosa, fica entre Castelo do Neiva e Viana do Castelo). Eu só arrisco a apanha em duas espécies, mas para quem for mesmo entendido, deve haver mais para apanha.
ResponderEliminarCumprimentos,
isto é saber aproveitar bem o q se tem. dá algum trab mas depois do resultado a conclusão é q foi fácil. parabéns!
ResponderEliminarParabens pelo optimo trabalho! :) Sou uma grande fã destes métodos de conservas, mas confesso que no campo é mais facil pois existem as caves frescas, os sotãos para batatas e cebolas :)
ResponderEliminarO que já experimentei foi enfrascar ervilhas, feijao verde, e até grão de bico cozido com umas gotinhas de limão e depois pasteurizar! Molhos de tomate etc.. É um vasto mundo que me tem dado muito prazer explorar!
(conheço este livro é maravilhoso)
bj*s ecologicos
Obrigada Cristina!
ResponderEliminarObrigada Pami Sami!
ResponderEliminarPara o ano hei-de experimentar as conservas em água!
E, logo logo, vou experimentar fazer as "tuas" choco bites.
beijos verdes...
Olá,
ResponderEliminarDeixei um selo para ti aqui:
http://minutos-luz.blogspot.com/
Tens um selito lá no blog!
ResponderEliminarhttp://calateepoupa@gmail.com
http://calateepoupa.blogspot.com
ResponderEliminarAssim é que é!
Gosto muito do seu blog. Sempre passo por aqui e tenho algumas postagens no meu blog que são inspiradas no 365 coisas... Visite para conhecer. Você será sempre bem vinda.
ResponderEliminarElaine Figueira
Ema obrigada pelo fantástico artigo.
ResponderEliminarEu também uso esta técnica para o feijão verde, cebolinhas, cogumelos e cenoura, pois ficam uma delícia.
Obrigada "Comandante Luneta" e "Poupadinha", pelos vossos selos! Vou publicá-los.
ResponderEliminarBeijinhos às duas
Obrigada pelo carinho Elaine. Vou visitar, sim!
ResponderEliminar"Tratar saúde", obrigada! Para o ano também vou alargar o leque de conservas...
ResponderEliminarOlá Ema.
ResponderEliminarSinceramente ainda não tinha pensado em fazer conservas,mas parece-me uma excelente ideia para as coisas que às vezes trago da minha avó.
Bjs
Obrigada pelo selo Ema :-D
ResponderEliminarTens outro selo lá no blog para ti .
Um beijinho
O teu blog está cada vez melhor. Em franca expansão!
ResponderEliminarJá conheces as conservas sem vinagre?
Vê este post aqui:
http://publicarparapartilhar.blogspot.com/2008/11/conservas-sem-vinagre.html
Obrigada pelo prémio Dardos. Vou juntá-lo ao que recebi da Horta Encantada. Publicação para breve.
Quanto ao Projecto Reciclar na Cozinha, fico a aguardar a tua participação ecologica :) Expectante!!!
Beijos.
Olá Ema!
ResponderEliminarDescobri o teu site ontem à noite quando lia a Visão Verde. Hoje vim logo pesquisar na net, e aqui estou eu!
Ainda só li o último post e adorei e agora ainda me faltam os outros 181 :) belo trabalho que me espera, aos poucos claro! :)
Vou colocar também no nosso blog, no nosso grupo do Limpar Portugal e no facebook, pois acho que a ideia (ou inspiração) é excelente e de mérito.
Obrigada pelo blogue, e por tornares este mundo mais ecológico, criativo e ligado à Natureza!
Até breve!
Carla magic
Ana, é realmente uma óptima maneira de conservar!
ResponderEliminarObrigada, Luísa, pelo selo!
ResponderEliminarObrigada Rute, pelo carinho.
ResponderEliminarJá ouvi falar sim, e hei-de experimentar para o ano, mas não sei se vou gostar... é que não gosto mesmo nada de picles!!! O teu post explica muito bem o processo.
Estou a ver se invento uma receita à altura do Projecto!
Beijos
Olá Carla!
ResponderEliminarObrigada pelo entusiasmo, partilha e companhia!
Espero que gostes dos momentos que passares por aqui. E, claro, todas as sugestões são bem vindas!
Parabéns pelo vosso trabalho!
Beijinhos
Olá!Este é um blog interessante!Também me interesso por estes assuntos e estou atentar comercializar as minhas próprias compotas. Acho que vou passar poreste espaço de vez em quando!
ResponderEliminarAh! o meu blog chama-se:
www.sementinhaazul@sapo.pt
olá!Parabéns pelo blog!
ResponderEliminarEu, nos últimos anos, tenho tentado ser mais ecólógica e mudado alguns hábitos!
neste momento dedico me á produção de alimentos biológica(nos arcos de valdevez)e apaixonei-me por fazer conservas.
O meu blog:sementinhaazul@sapo.pt
Obrigada Susana!
ResponderEliminarQue bom, poderes fazer algo assim.
(também seco as sementes de abóbora ao sol...)
olá, também tenho esse livro, podes também visitar o blog food in jars.
ResponderEliminarcátia
Ola Susana, faz tempo que não sabia de si!
ResponderEliminarEu fiz o meu próprio desidratador solar, super fácil e ecológico, detesto o tempo e o disperdicio dos desidratadores elétricos!!!~
Com uma caixa de esferovite (caixa de sardinha), forrei com papel alumínio, fiz quatro janelas coloquei tule nas janelas (circulação de ar sem bicharocos), e cobri com vidro... Aproveito o sol e é super rápido desidratar qualquer coisa...
Um beijinho, Parabéns!
Márcia - Leite da Terra!!!!
Olá Márcia, muito obrigada por partilhar o seu desidratador bem sustentável!
ResponderEliminarMas... ou se enganou no meu nome, ou no blog...
Beijinhos e bom fim-de-semana!
Ema
Oi, Ema:
ResponderEliminarGosto muito do seu blog e selecionei essa postagem para participar da comemoração dos 4 anos do meu blog.
Veja aqui:
http://floradaserra.blogspot.com/2011/09/4-ano-de-flora-da-serra-vamos-festejar.html
Beijo
Obrigada Flora, pela atenção, e parabéns pelos 4 anos do "Flora da Serra", que já andei a ler!
ResponderEliminarBeijos e bom fim-de-semana!
gostaria de comprar esse livro mas nao encontro .parabens pelo seu trabalho
ResponderEliminarObrigada Kitanda!
EliminarÉ um livro com alguns anos, talvez por isso. Já procurou na internet?